Regra gramatical básica: em monossílabo tônico terminado em “u” não se põe acento...

portanto, não ponha acento no “cu”. Foi assim que a professora começou uma das aulas mais legais de gramática que tive no cursinho. Por trás da “brincadeira” gramatical da professora existe uma verdade incontestável, o tabu em torno do sexo anal.

A piada “acentuar o cu” significa torná-lo excepcional, superestimá-lo; ou simplesmente colocar sobre ele uma aura de proibição, baseada em argumentos moralistas e religiosos. A região anal é uma zona erógena potente e qualquer pessoa pode sentir prazer, desde que esteja numa situação confortável para estimulá-lo. O que acontece é que a prática é popular , porém difamada e associada à perversão sexual.

E eu me rôo por dentro, perguntando o porquê? É possível que valores medievais cristãos ainda façam eco para essa difamação, como a ideia de que o sexo não pode ser fonte de prazer mas apenas um meio para a procriação. Ou seja, essa ideia nos diz que qualquer prática que fuja dos moldes “papai-e-mamãe” cis-heteronormativos no sexo é considerada pecaminosa. Um absurdo recheado de hipocrisia, não acham? Lembrando que os mais espertinhos, até os dias de hoje, já usaram e usam o sexo anal como contraceptivo e como perpetuador de uma suposta virgindade cis-feminina.

É pecado, pero no mucho. Um dos sinônimos para sexo anal é sodomia; palavra deri.