'La Fiesta de Los Vivos': Livro de fotografias retrata a alegria dos rituais no Día de Muertos
O jornalista Felipe Machado lança a publicação neste sábado (02.01), na Casa70Rio, Rio de Janeiro Día de Muertos, a celebração mexicana que honra os falecidos, tem cativado cada vez mais públicos ao redor do mundo, transcendendo suas origens culturais. Com altares elaborados, desfiles animados e tradições cheias de emoção, essa festividade convida as pessoas a refletirem sobre a vida e a morte de uma maneira única. Em um momento especial, o jornalista, músico e fotógrafo Felipe Machado lança seu novo livro, La Fiesta de Los Vivos" , neste sábado (02.11), no Festival Maquinaria na Casa70Rio, no Rio de Janeiro.Movido pela curiosidade e pelo desejo de entender esse fenômeno cultural, Machado viajou para a Cidade do México, onde registrou as festividades durante o desfile do Dia de Mortos em 2 de novembro de 2017. Suas fotografias revelam as profundas conexões entre os vivos e os mortos, capturando a alegria e a reverência que definem essa celebração. "No Brasil e em muitos outros países é comum a gente ter medo das pessoas que morreram, tratamos os mortos como fantasmas que chegam à noite para nos assustar. No México é o contrário: eles torcem para os mortos aparecerem, querem matar as saudades. Essa mistura de vida e morte, alegria e tristeza, tudo isso me chamou muito a atenção. Porque, no fundo, o que os mortos deixam é saudade," explica, em entrevista à Vogue Brasil.Refletindo sobre suas experiências, o autor compartilha: "Estive algumas vezes no México durante o Día de Muertos, mas a vez que mais me marcou foi em 2018, quando fiz as fotos que estão no livro. Um amigo me convidou para um almoço com sua família. Ali, eu realmente entendi o que essa data representa para os mexicanos: é uma celebração da vida daqueles que se foram. Eu havia perdido meu pai quatro anos antes e fiquei muito emocionado com a maneira natural que eles tratavam o assunto.".Ele relembra como foi emocionante ter a foto de seu pai no altar: "Todos vieram me perguntar sobre sua vida, o que ele fazia, as coisas de que gostava, do que eu mais sentia falta. Pessoas que eu nem conhecia se interessaram pelo meu pai. Foi muito marcante. Saí de lá com outra ideia sobre a morte e pensando em como levar aquele sentimento de volta ao Brasil. Passei a perceber que só morre quem é esquecido. Se você mantém alguém vivo na memória, essa pessoa não morre. Ela pode estar ausente fisicamente, mas a memória a mantém viva."O livro, lançado pela Afluente e sob a curadoria de Julius Wiedemann, traz uma edição de luxo trilíngue com textos de Machado e da renomada jornalista mexicana Brenda Estefan, que enriquece a narrativa com seu olhar. Felipe também relembra a transformação que ocorreu durante seu processo criativo: "Inicialmente, fiz as fotos no desfile de Dia dos Mortos sem saber ao certo o que iria fazer com elas. Achei aquilo tudo tão colorido e tão diferente, que senti que deveria fotografar tudo aquilo. Muitas delas estavam usando maquiagens pesadas, fantasias quase demoníacas, mas, mesmo assim, estavam sorrindo. Achei esse contraste interessante. Quando vi aqueles rostos pintados, tive uma epifania: precisava registrar tudo aquilo."Capa de 'La Fiesta de Los Vivos'DivulgaçãoEle ressalta a singularidade da tradição mexicana em relação à morte: "Eles celebram o Dia dos Mortos com o conceito de que trata-se de um 'encontro entre vivos e mortos.' Achei isso muito legal. No Brasil e em muitos outros países, é comum ter medo das pessoas que morreram; tratamos os mortos como fantasmas que chegam à noite para nos assustar. No México, é o contrário: eles torcem para os mortos aparecerem, querem matar as saudades. Essa mistura de vida e morte, alegria e tristeza, tudo isso me chamou muito a atenção. Porque, no fundo, o que os mortos deixam é saudade."Com La Fiesta de Los Vivos, ele espera inspirar os leitores a mudarem suas perspectivas sobre a morte: "Seria um pouco ambicioso demais imaginar que alguém pode mudar a maneira como encara a morte após ver meu livro. Mas seria legal se as pessoas pudessem mudar um pouco a perspectiva que têm sobre a relação com os mortos. A morte é parte da vida. É possível sorrir quando se fala da morte, principalmente quando estamos falando de alguém que teve uma vida boa, muitas experiências, uma bela passagem por esse mundo."ServiçoSábado, 2 de novembroHorário: 16hLocal: Festival Maquinaria na Casa70Rio - Instituto Brando Barbosa - R. Lopes Quintas, 497, Rio de JaneiroQuer participar do canal da Vogue Brasil no WhatsApp?Basta clicar neste link para participar do canal e receber as novidades em primeira mão. Assim que você entrar, o template comum de conversa do WhatsApp aparece na sua tela. A partir daí, é só esperar as notícias chegarem!