Considerada o grande mal do século 21, a obesidade sempre foi uma doença muito complexa. Ao longo dos anos, vimos surgir uma lista enorme de tratamentos não invasivos, apresentados como milagrosos para combater a patologia, que é resultado de uma combinação de estilo de vida e fatores genéticos associados à composição corporal. Para a maioria das pessoas, essas opções falhavam, especialmente quando não estavam aliadas à reeducação alimentar, combate à ansiedade — que pode levar à compulsão alimentar — e inserção de atividade física frequente no dia a dia.

Ao menos, até agora. Nos últimos anos, um novo medicamento entrou em cena: a semaglutida, substância aprovada em 2005 pelo FDA, agência federal do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos, para o tratamento da diabetes tipo 2. Desde 2014, ela tem sido usada off-label para a perda de peso.

Segundo previsão da consultoria Goldman Sachs, o remédio deve atingir a marca de US$ 100 bilhões em vendas até 2030, se tornando um dos mais lucrativos da história. Quando prescrita corretamente e usada sob supervisão médica, a semaglutida promove avanços significativos no combate à obesidade, diminuindo em até 20% o peso corporal. Entretanto, seu alto valor no mercado [o tratamento mensal feito com injeções subcutâneas pode chegar a mais de R$ 1.

200 no Brasil e cerca de US$ 1.000 nos Estados Unidos] acabou tornando o medicamento um priv.