Em um mundo cada vez mais dependente de respostas instantâneas, Rei Kawakubo e sua Comme des Garçons fazem questão, desde a fundação da marca em 1969, de criar ainda mais perguntas. A marca vanguardista, uma das responsáveis por colocar a moda japonesa no mapa mundial na década de 1980, é conhecida por suas criações esculturais, com formatos exagerados e de difícil locomoção — como se fossem, de fato, obras de arte vestíveis. Foi indo na contramão da moda óbvia e baseada em tendências que a etiqueta (que inaugura sua primeira loja na América do Sul em maio de 2025, no Iguatemi, em São Paulo) se tornou uma das favoritas entre apaixonados por moda ao redor do mundo.

Na coleção de verão 2025, desfilada na tarde deste sábado, os questionamentos em torno de suas roupas-espetáculo não foram nem um pouco diferentes do habitual. Nos bastidores, o marido da estilista e presidente da marca, Adrian Joffe, afirmou que, ao contrário da última coleção, inspirada pela raiva, o desfile apresentado iria por outro caminho. “Com o estado do mundo como está, e o futuro tão incerto quanto é, se você adicionar ar e transparência à equação, pode haver a possibilidade de esperança”, disse.

Roupas estruturadas que flertavam com o absurdo, com saias formadas por uma sobreposição de “travesseiros” e o que pareciam ser sacos plásticos engolidos individualmente por tules, arranjos de cabeça que se assemelhavam a.